sábado, 28 de julho de 2007

1) É nóis na fita!

Nota do DCE-UESB:
2 de julho de LUTO e LUTAS
Dia da independência da Bahia é marcado por protestos contra os descasos do governo petista

Com a derrota do Carlismo e seus 16 anos de dominação e exploração do povo baiano, aqueles que ainda acreditavam na possibilidade de uma Bahia independente sob o novo governo de Jaques Wagner, viram-se golpeados em apenas 6 meses de mandato do representante petista no Estado. No último dia dois de julho, data que marca a expulsão dos colonizadores portugueses e que muitos comemoram através de um desfile civil e militar a independência da Bahia, partidos políticos, sindicatos, movimentos populares, movimentos dos professores, movimentos estudantis, como os estudantes de Medicina da UFBA, os DCE’s da UESB de Vitória da Conquista e UEFS, além do Coletivo CAUS da UNEB saíram nas ruas de Salvador em defesa da universidade pública, de qualidade e com compromisso social. Enquanto setores governistas tornavam patente a descaracterização do dois de julho com um dia de luto e luta ao tentarem maquiar, sob um forte aparato, as ações desastrosas do governo, inúmeras categorias profissionais também aproveitaram a data para protestar contra as péssimas condições de vida e trabalho a que estão submetidos. Para além da ala governista que assistiu Jaques Wagner ser vaiado em diversos trechos do percurso, que vai da Lapinha ao Terreiro de Jesus, o Cortejo de Dois de julho foi marcado por um massivo protesto contra o neocolonialismo do PT na Bahia, demonstrado pela capacidade do governo Wagner de relançar o “velho” sob a aparência do “novo” através do aprofundamento de antigas práticas carlistas, como a criminalização do movimento grevista dos professores do ensino público, a difamação e a precarização do trabalho docente.

Cartazes, bandeiras e faixas, além de palavras de ordem - governo Wagner de terrorismo, cortar salário é coisa do Carlismo - fizeram o contraponto denunciando as medidas implementadas no Estado e que são cópias fiéis ao modo petista de governar o país: desorganizar, reprimir. Um exemplo claro desse tipo de prática foi a instalação da Mesa de Negociação Permanente pelo governador Jaques Wagner que, repetindo o que aconteceu a título federal, dissolveu-a logo em seguida, adotando a tática de dividir para melhor impor sua política de reajuste zero aos servidores do funcionalismo público estadual. Além disso, foi denunciada pelos professores a forma autoritária e truculenta com que o governo vem tratando os trabalhadores da educação, exemplificada por ações como a do dia 9 de maio, quando a polícia foi acionada para impedir a manifestação dos docentes das universidades estaduais. Também foi destacada durante o protesto a utilização da justiça pelo governo, outro instrumento de manutenção da ordem burguesa, para impor ao sindicato dos professores do ensino básico uma multa de R$ 20 mil diários e o recente corte de salário dos professores universitários em greve.

O movimento estudantil combativo da Bahia que não faz coro com o governismo e as burocracias estudantis, seguiu todo o percurso denunciando o descaso de Jaques Wagner com a educação e a forma descabida com que a categoria vem sendo tratada. Afinal, governo insiste em fazer vistas grossas com relação ao desenvolvimento de uma política de assistência estudantil; por isso os estudantes foram rejeitados na composição da mesa que irá tratar de questões relacionadas ao ensino público superior, além de não terem sido convocados para nenhum encaminhamento de pauta junto à Secretaria de Educação ou à Coordenação de Desenvolvimento do Ensino Superior. Como a política educacional de Wagner é apenas uma mostra do projeto de destruição do ensino público superior engendrado pelo governo Lula, os estudantes de Medicina da UFBA também aderiram com força o protesto e de forma irreverente denunciaram o projeto “Universidade Nova”: mais uma cartada do FMI e de Lula de cunho empresarial e que tem como autor o porta voz oficial do presidente e “Rei-Thor” da UFBA, Naomar Monteiro de Almeida Filho.

O dia dois de julho evidenciou que se restavam dúvidas sobre a natureza do governo Wagner, elas parecem ter sido dissipadas em apenas 6 meses por suas ações de caráter pró-imperialista e anti-popular. Nesse momento de reação de diversas entidades nacionais que não apóiam o governo Lula e se posicionam contra as suas reformas, também é necessário e urgente nos organizarmos estadualmente para sermos conseqüentes em nossa luta e sairmos vitoriosos, tendo em vista o alinhamento do governo Wagner ao projeto nacional de desenvolvimento que vem sendo implementado por Lula: o aprofundamento da agenda neoliberal apresentado sob a aparência de um projeto democrático - popular.

Vitória da Conquista, 8 de Julho de 2007.


DCE UESB - Vitória da Conquista/BA
Gestão: DCE EM MOVIMENTO

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